terça-feira, 2 de junho de 2015

Desligamento Emocional


Este tema , tão importante e debatido nos grupos de apoio, nos ensina uma premissa básica para a saúde mental: o distanciamento da situação problema. Porém, para os codependentes, com suas dificuldades em relação ao apego , esta "façanha" não é assim tão simples. Para muitos, distanciar-se parece representar "abrir mão". Mas de quê? Ou de quem? Seria do ente querido ou de algo com que ele - o codependente - ainda não sabe lidar, como, por exemplo o controle? Distanciar-se do problema, desligar-se emocionalmente da pessoa cujos comportamentos lhe adoecem não seria uma forma de perder o controle sobre a situação? "Afinal, se eu não estiver à frente da situação, o que será do outro?", pensa ele. E, inconscientemente sabe que, sem o outro e, principalmente, o problema do outro, o que será dele mesmo? Afinal, a vida vem girando em torno do problema do outro.
Porém, quando exauridos pela dor, cansados de repetir padrões, comportamentos disfuncionais, já mais conscientes das consequências danosas das reações codependentes, muitos já experimentam o desligamento emocional com a real vontade de fazer dar certo. E assim, enfrentam, é claro, as dificuldades de lidar com vários sentimentos controversos durante o processo, como a culpa, por estarem se desligando quando acham que deveriam estar fazendo sempre, mais e mais, como a pena, quando são confrontados com a manipulação consequente da própria mudança de seus comportamentos, entre outras emoções.
O importante é lembrar que é somente quando nos distanciamos do problema é que podemos vislumbrar a sua real dimensão, a sua verdadeira perspectiva. Dentro do "furacão" pouco podemos fazer para nos libertamos dele. Portanto, desligar-se ou distanciar-se não é um ato de egoísmo, mas um ato de amor. Aquele amor de verdade, que realmente transforma as situações em algo melhor.

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