Outra autora que reforça esta forte característica do transtorno da codependência é Melody Beattie , que afirma no livro “Codependência nunca mais” que “ um indivíduo codependente é alguém que permite que o comportamento de outra pessoa o afete, e sente-se obcecado por controlar o comportamento do outro.”
Após a aceitação, sem ainda saber como lidar com a situação de forma adequada, a família acredita que deve controlar, que poderá mudar a situação desta forma. Cada vez mais sem controle da situação, a família mantém a ilusão do controle sobre o uso e fica obcecada pelo comportamento de seu ente. Que horas chegou, como chegou, com quem falou, se usou, o que usou, quanto usou? Começa a ditar regras disfuncionais e, na maioria das vezes, não as sustenta.
Este controle se estende não somente ao uso da droga mas aos comportamentos, às escolhas, às atitudes do outro. O codependente passa a viver a vida do outro e pensa que através disso pode impedir as consequências , o rumo da vida. Manipulam para que as coisas aconteçam do jeito que ele quer e acha certo. Sempre envolvido pelo medo, acha que se tomar conta de tudo e de todos, vai impedir maiores problemas. Também paralisado pela culpa, acha que através do controle pode amenizar sua dor e impedir que o outro as sinta também. É uma dificuldade tão grande de lidar com a impotência real diante da vida que ele se apega ao controle com tamanha intensidade, que o leva à ilusão da onipotência, do poder, do grande salvador.
Como viver em paz tendo que ser o salvador de tudo e de todas em todo e qualquer tempo para sentir-se útil e necessário? E mais; o que fazer quando os véus caírem e ele descobrir que, na verdade, não tem controle sobre nada, nem ninguém, e com esforço, apenas sobre si mesmo?
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