Um dos principais sentimentos presentes nos familiares de dependentes químicos é a culpa. Mães, ao descobrirem o uso dos filhos, quase que automaticamente, já se questionam: "Onde foi que eu errei?". Irmãos, filhos, cônjuges, amigos, todos os que convivem com esta doença tendem a sentirem-se culpados pelo comportamento, pelas atitudes do ente querido. Pensam: "Se eu tivesse feito assim..." ou ainda "ou não devia ter feito isso, ele recaiu por minha causa."
A culpa é um sentimento muito negativo e , muitas vezes, uma simples ilusão. É preciso entender que temos responsabilidades nas relações, influenciamos os que convivem conosco, porém, todos nós temos o poder do livre-arbítrio, da escolha.Então, quando nossos entes queridos fazem suas escolhas, boas ou más, não temos culpa.
Além de já fazer parte dos primeiros questionamentos do familiar, a culpa ainda tem um aliado: o próprio dependente químico. Em sua dinâmica emocional , para fugir da dor e da responsabilidade por seus erros ou escolhas erradas, ele tende a culpa o familiar. E, rapidamente, este aceita a acusação, aumentando ainda mais a pressão que o sentimento traz.
E mais, sentindo culpa, ficamos paralisados. Não conseguimos tomar atitudes, pois temos medo de errar. Já estamos repletos de certezas sobre os erros que cometemos no passado, julgando-os como fatos reais.
Portanto, família, busque ajuda para trabalhar a sua culpa. No grupo, na terapia, na conversa com seus iguais, liberte-se deste sentimento opressor que só prejudicará a recuperação do seu ente querido e, principalmente, a sua. Lembre-se que é impotente perante as escolhas do outro!
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