sábado, 6 de março de 2010

A codependência nos homens

Acompanhe a entrevista com Taty Ades, autora do livro HADES - Homens que amam demais.



Taty Ades , pesquisadora do comportamento humano, entrevistou durante dois anos, homens portadores de amor patológico e reuniu os depoimentos e percepções no livro HADES – homens que amam demais.
A obra aborda o outro lado de MADA – Mulheres que amam demais e mostra como os homens também podem amar de forma desesperada e errada em relacionamentos destrutivos que perpetuam a sua infância desestruturada.
Muitos depoimentos revelam os sentimentos masculinos na convivência com mulheres adictas e alcoólatras, e as características da codependência masculina. O livro também fala sobre recuperação, esperança e possibilidades.
Acompanhe trechos da entrevista da autora à revista Anônimos:

Qual é o perfil do HADES – Homem que ama demais?
Os HADES são homens que possuem uma auto-estima baixa, são viciados em um tipo de amor doentio, simbiótico, aonde exista co-dependência afetiva. Na verdade, esses homens não buscam o amor saudável , mas sim preencher o vazio que sentem através de mulheres que possam nutrir essa "falta" dentro deles. Os HADES , assim como as MADAS, possuem a característica de monopolizar o parceiro. A pessoa amada se torna um vício tão grande, que ela passa a ser o centro de suas vidas. Eles chegam a perder trabalhos, afastam-se de amigos, da família, envolvem-se com álcool e outros tipos de drogas devido à sua vulnerabilidade aos vícios. Sintomas de paranóia começam a surgir nas mentes desses homens. Eles acreditam que suas parceiras os traem e a idéia se torna obsessiva, causando um desconforto físico e psicológico. Geralmente são homens que possuem um ciúmes doentio , seguem rastros das parceiras, contratam detetives na tentativa constante de comprovar que estavam certos. Sem conseguir sentir amor próprio, ele busca em outra pessoa a fuga para todas as suas frustrações. Esses homens possuem a característica de repetir comportamentos familiares antigos. Ele vem de um lar desajustado. Os problemas com os pais serão repetidos inconscientemente na vida adulta. Esses homens costumam aproximar-se de pessoas com um perfil semelhante, pois uma mulher independente, com boa auto-estima e saudável não poderá entrar num jogo patológico, então eles "identificam" e buscam mulheres carentes, que possam, facilmente, formar esse vínculo simbiótico aonde se inicia um jogo perigoso da codependência. Quando um HADES é abandonado por uma mulher , a abstinência que sente é comparada à sentida pelo usuário de cocaína. Há tremores, vômitos, falta de ar, crises de pânico e, muitas vezes, o suicídio ou a tentativa.

Quais são as diferenças essenciais entre as MADAS – Mulheres que ama demais e os HADES?
A origem do problema é a mesma. Ambos vêm de lares desajustados e problemáticos e repetem na vida adulta um comportamento que lhes é familiar. Tais comportamentos não foram elaborados quando crianças e, por isso, torna-se necessária e obsessiva a repetição na vida adulta. As MADA tendem apresentar compulsão por compras e por comida, principalmente por doces. Os HADES tendem à compulsão pelo álcool, drogas, jogos e, muitas vezes, sexo promíscuo. Outra diferença curiosa é que as MADAS tiveram problemas afetivos na infância relacionados, principalmente, à ausência paterna. Entre os HADES que entrevistei 90% tiveram mães muito ou simbióticas demais.

Muitas MADAS provêm do lar desajustado, onde houve abuso de álcool ou drogas. Isto também ocorre com os HADES? Os filhos homens de dependentes de álcool ou drogas podem tornar-se HADES?
Sim, com certeza! Muitos HADES tiveram pais alcoólatras e observaram um "caos" familiar dentro de casa, com brigas constantes e, muitas vezes, com agressões físicas entre os pais. É importante observar que toda criança, seja homem ou mulher, não está preparada emocionalmente para entender verdades. Por isso , num lar desajustado , essas crianças tomam como verdade aquilo que presenciam. Pais saudáveis sentariam e conversariam com seus filhos, explicando verdades importantes como ética, comportamento. Mas, em lares desajustados, a criança cresce acreditando no que viu e isto se torna familiar e verdade absoluta. Quando adulto, a repetição se torna irresistível, pois, inconscientemente, ele não teve a informação do que é certo ou errado.

Homens são menos codependentes do que mulheres?
Quando falamos em codependência, estamos nos referindo a um padrão de comportamento aonde uma pessoa é dependente da doença do outro e precisa de qualquer forma "amenizar" a dor do outro. Considero que o homem possa ser tão codependente quanto a mulher, se pensarmos no sentido de amar demais como sendo justamente a necessidade da simbiose, do cuidar excessivo, da necessidade de mostrar a si mesmo que irá modificar uma mulher que tem uma vida transtornada.

Quais são as diferenças entre homens codependentes e mulheres codependentes?
Em minha opinião nenhuma. Ambos buscam alimentar seus egos mal construídos através da doença de outras pessoas.

Um comentário:

  1. amo minha namorada e por amar demais estou p erdendoa estou tentando reatar li peso ajuda

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